quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Nossa Historia (Afinal como nasceu ?)



São João de Rei a nossa nação
As primeiras referências documentais a São João de Rei remontam às Inquirições de 1053, constituindo o denominado Foral Velho, de 1228, o mais importante e antigo diploma referente a esta freguesia. D. Afonso Henriques inscreveu a localidade no domínio do Mosteiro de Santa Maria do Bouro, e D. Manuel concedeu-lhe novo foral com data de 25 de Fevereiro de 1514. O concelho de São João de Rei, dependente da Comarca de Guimarães, dispunha, em 1706, de um juiz, dois vereadores, um procurador por eleição trienal do povo, almotacéis, quatro tabeliães e outros (CELESTINO, 1994). A documentação conhecida permite concluir que era um concelho relativamente rico (IDEM). Foi concelho até 1853, transformando-se, no ano seguinte, em freguesia integrada no concelho de Póvoa de Lanhoso (ASSIS, ENCARNAÇÃO, 17/06/2004). A igreja que hoje conhecemos, dedicada a São João Baptista, é uma edificação do século XVIII, com certeza construída em substituição de uma outra, mais antiga, que serviu a paróquia desde os seus tempos mais remotos. É possível que a implantação do templo primitivo coincida com a do actual, justificando-se esta ideia pelos vestígios de elementos altimedievais encontrados, dos quais se destaca um capitel pré-românico, que serve de base à pia de água benta (muito embora não seja possível determinar com exactidão se o capitel é originário desta igreja) (CELESTINO, 1994; ASSIS, ENCARNAÇÃO, 17/06/2004).
Em 1698, uma Visitação do "Livro das Visitações", refere a necessidade de construir uma nova igreja (ASSIS, ENCARNAÇÃO, 17/06/2004). O século XVIII foi, ao que tudo indica, um período de prosperidade e crescimento económico nesta região, porventura fruto de rendimentos e recursos económicos oriundos de terras brasileiras (CELESTINO, 1994). Todavia, o templo não reflecte este desenvolvimento económico, pautando-se por uma depuração mais próxima da arquitectura chã seiscentista, ou mesmo anterior. Na verdade, o frontão que remata o portal principal deixa adivinhar um desenho erudito, de grande classicismo, e os pináculos (de inspiração flamenga), revelam um gosto pouco comum no século XVIII, mas muito característico do final do século XVI e inícios da centúria seguinte. Estas características poderiam fazer recuar a edificação da igreja, mas os elementos conhecidos até à data não permitem afirma-lo com certeza. A ser uma edificação setecentista, importa reforçar a ideia de que o templo retoma modelos arquitectónicos muito anteriores.
Os volumes da nave a da capela-mor são bem visíveis do exterior, com o último mais estreito e baixo, mas ambos rematados por pináculos nos cunhais, e cruz na empena. Na fachada, apenas o portal se destaca: de verga recta, é encimado por frontão triangular. O revestimento azulejar é recente. Junto ao frontispício da igreja, ergue-se o campanário, de cantaria, coroado por pináculos e cruz, com duas sineiras e acesso por escadaria. De planta longitudinal, com nave única e capela-mor, o interior apresenta coro-alto, púlpito com base em granito e balaustrada de madeira, e altares laterais abertos por arcos de volta perfeita, em cantaria, com retábulos. O arco triunfal, de volta perfeita, em cantaria, articula a nave e a capela-mor, onde se destaca o retábulo, de talha dourada, de estilo nacional. São muito poucas as referências conhecidas relativas a esta imponente obra, que ocupa a parede testeira da capela-mor. Apenas se sabe que não era mencionada em 1726 (CRAESBEEK, 1726), o que, juntamente com a representação das armas de São Francisco de Assis (dois braços em forma de cruz), tem levado alguns autores a questionar se este altar seria, originalmente, destinado a este espaço, uma vez que a igreja é dedicada a São João Baptista (ASSIS, ENCARNAÇÃO, 17/06/2004).

1 Comment:

Anónimo said...

com um presidente arquitecto ja vamos poder usufruir de um monomento limpo e protegido.
Que é preciso protegelo.